Há coisas nessa vida que me angustiam muito e me deixam “p”
da vida. Fico tão mal, mas tão mal com certos comportamentos humanos que se não
fizer algo para externar o que sinto, explodo. Como sou “pequeno” e não sou
político (graças a Deus!), nada posso fazer diante de tais injustiças. Mas me resta
o desabafo com as palavras, nesse texto que ora escrevo. Que meu desabafo ecoe
onde têm que ecoar.
Deplorável, lamentável, desumano. É assim como posso definir
as perseguições políticas que estão acontecendo na Escola Terezinha Carolino.
Pessoas que estão lá há anos estão sendo demitidas simplesmente pelo capricho e
vontade de um certo político jaçanaense que se arvora de sua influência junto
ao Governo Estadual para praticar injustiças. Estamos de volta à ditadura
militar. Lutamos tanto pela gestão democrática. Lutamos contra influência nefasta
da política partidária no interior de nossas escolas estaduais. E agora era
aparece de volta, avassaladora, sem levar em conta a autonomia da instituição,
sem respeitar seus gestores, nem seu Conselho Escolar e nem sua comunidade. A
vontade pessoal de um político correligionário prevalece frente a de centenas de usuários que
ali estão. Que espécie de democracia é essa, meu Deus?
Historicamente, a Escola Terezinha Carolino sempre teve
problemas com pessoal de apoio (ASGs, porteiros e merendeiras). De todo o
pessoal, só uma era do quadro efetivo (Eluana – já falecida). A escola sempre
funcionou com trabalho voluntário de pessoas que se doavam pela escola. Mães de
alunos e ex-alunos que, vendo a situação carente da escola, doavam seu tempo para
ajudar. Ainda na gestão de Flávio, três contratados terceirizados foram
conseguidos e, sem interferência política nenhuma, Flávio teve a autonomia de
indicar para ocupar os cargos, pessoas que já tivessem alguma relação com a
escola. Assim, priorizou os voluntários, claro!
Com a conquista do Prêmio Gestão Escolar, em 2013, a escola foi
contemplada com mais dois contratos terceirizados. Nesse ano, a Governadora era
Rosalba Ciarlini, apoiada pelo Governo Municipal. Apesar de poder indicar quem
ele quisesse, o Prefeito em exercício não assinalou com qualquer interferência.
Como eu era gestor, na época, pessoalmente indiquei César e Dayane para ocupar
as vagas, pois eles já eram voluntários na escola há algum tempo. Em 2014, mais três
vagas surgiram e novamente foram contempladas pessoas que já tinham alguma
relação de trabalho com a escola.
Agora, simplesmente do nada, sem mais nem menos, um político
de situação diz: “Quero colocar os meus!”. E os “seus”, são simplesmente as
pessoas que comungam de suas opções políticas. Sem levar em consideração a
relação das pessoas que ali trabalham com os alunos, o tempo em que já estão na
escola, seus familiares e suas necessidades humanas, simplesmente orienta que a
empresa terceirizada demita o funcionário que lá está e coloque um indicado por
ele. Vale mais o seu desejo de tirano: “Vou tirar e pronto”! Vou colocar quem
votou em mim!”, do que o bom senso, a ética, o respeito ao outro.
Meu Deus! Que retrocesso! Aonde vamos parar? Imagina só se
uma pessoa dessas assume o poder municipal?! O bom de atitudes desumanas como
essas, é que elas revelam o lado mais sórdido do ser humano, quando as máscaras
caem e a maldade se desnuda e aparece em trevas.
Lamento profundamente que ainda tenhamos políticos que
pensam e agem assim. Lamento pela educação jaçanaense. Lamento pelos
profissionais terceirizados da EETCS, ameaçados de perderem seus empregos. Lamento
por mim, que vejo outra vez o retrocesso e a tirania de outros tempos voltar
com todo fervor. Tristes tempos! Tristes atitudes! Choro e lágrimas. É o que
nos resta.
Oton Mário